INTRODUÇÃO
O câncer colorretal, que também pode ser denominado como câncer de cólon e reto ou de intestino, abarca os tumores que estão no intestino grosso (cólon), reto e ânus.
Fonte: Brasil Escola
EPIDEMIOLOGIA
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimou que, para cada ano entre o período de 2020 e 2022, quase 41.000 pessoas seriam atingidas por essa neoplasia no Brasil. Quando excetuado o câncer de pele não melanoma e em consonância com os dados supracitados, a neoplasia de colorretal apresenta a estimativa para ser o segundo tipo de câncer mais prevalente tanto em homens quanto mulheres.
Apesar da alta incidência, é interessante ressaltar que quando tratado precocemente é elevada a chance de cura, sendo necessário atentar-se aos fatores de risco relacionados à maior probabilidade de desenvolvimento. Dentre eles temos tabagismo, etilismo, alimentação desequilibrada e rica em calorias, idade acima dos 50 anos e obesidade. Esses fatores são considerados esporádicos quando o paciente não detém histórico familiar de CA de colorretal, o que corresponde, em média, a 75% dos casos diagnosticados. Por outro lado, a outra porcentagem das descrições clínicas é por correlação hereditária, sendo as síndromes de polipose familiar e de Lynch contribuintes inquestionáveis para o quadro.
Dessa forma, é imprescindível que o profissional de saúde faça uma orientação adequada sobre hábitos alimentares e prática de atividades físicas, sobretudo quando há histórico dessa malignidade em parentesco de primeiro grau.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
As principais manifestações clínicas associadas ao câncer colorretal são dor abdominal, sangramento oculto ou exteriorizado, constipação, diarreia, perda ponderal e anemia ferropriva. Mais raramente tem-se obstrução mecânica, sinais de peritonite, ascite carcinomatosa, fístulas e sinais de metástase hepática.
De forma mais específica, pode-se observar que o câncer do cólon descendente apresenta predomínio da alteração do hábito intestinal. Já aquele localizado no cólon ascendente predomina a perda ponderal, o sangue oculto nas fezes e a anemia ferropriva, uma vez que existe uma maior perda de sangue assintomático nessa porção gástrica. O câncer retal, por sua vez, tem como principal manifestação clínica a hematoquezia de pequena monta, persistente ou intermitente, constipação, tenesmo, eliminação de muco e sintomas associados à invasão de órgãos adjacentes
Metástases à distância ocorrem com mais frequência no fígado, pulmões e peritônio, gerando sintomas de dor abdominal no quadrante superior do abdome, distensão e/ou aumento do volume abdominal, tosse e dispneia.
RASTREIO
A colonoscopia é o exame padrão ouro para o diagnóstico e rastreio do câncer colorretal, no entanto outros exames também são utilizados, visto que a colonoscopia é um procedimento caro, desconfortável e com possíveis complicações. Dentre esses tem-se a colonoscopia virtual, a retossigmoidoscopia e a busca por sangue oculto nas fezes.
Nos indivíduos que apresentam histórico familiar negativo para a doença, o Ministério da Saúde preconiza o início do rastreio aos 50 anos, indo até os 75 anos e persistindo até os 85 anos em alguns casos específicos. Os pacientes sem histórico familiar da doença devem realizar a colonoscopia a cada 10 anos ou colonoscopia virtual ou retossigmoidoscopia a cada 5 anos.
No caso de histórico familiar positivo em parente diagnosticado com idade inferior aos 60 anos ou em caso de dois ou mais parentes de primeiro grau acometidos, o rastreio deve se iniciar aos 40 anos ou 10 anos antes da idade de diagnóstico do indivíduo mais novo. Para esse grupo, a colonoscopia deve ser repetida a cada 5 anos. Se o parente for diagnosticado em idade superior a 60 anos o rastreio segue igual ao grupo com histórico familiar negativo.
Indivíduos com Síndrome de Lynch devem iniciar o rastreio entre os 21 e 25 anos com colonoscopia a cada 2 anos. Atingindo os 40 anos, a colonoscopia passa a ser anual.
Para o grupo de pessoas com doença inflamatória intestinal, as colonoscopias devem ter início por volta de 8 anos após o diagnóstico, sendo realizadas periodicamente a cada 1 a 3 anos. Indivíduos com Polipose Adenomatosa Familiar iniciam os exames aos 10-12 anos, repetindo-os anualmente.
Fonte: Arquivo pessoal
REFERÊNCIAS
Medgrupo - Ciclo I : Medcurso. GASTROENTEROLOGIA, volume 3: intestinos parte 2. [São Paulo]: MedyKlin, 2019. 69 p.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Câncer de intestino. Disponível em:<https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino>. Acesso em 19 jul. 2021
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estimativa de 2020: incidência de câncer no Brasil. Disponível em:<https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf>. Acesso em 21 jul. 2021
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderno de atenção primária: rastreamento. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_primaria_29_rastreamento.pdf> Acesso em 21 jul. 2021
Hoff, Paulo Marcelo Gehm (ed). Tratado de oncologia. SÃO PAULO: ATHENEU, 2013. 2829p.
IMAGENS
Imagem 1: Link: https://www.dralexandrebertoncini.com.br/saiba-tudo-sobre-o-cancer-colorretal
Imagem 2: Brasil Escola. Link: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/intestino-grosso.htm
Imagem 3: Victor Hugo/ Arquivo pessoal
Autoria: Cléssia Regina e Victor Hugo Valença Bomfim. Revisores: Pedro Resende e Lanna Barbosa
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